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Agora o educando brasileiro precisa aprender com os Brics Plus

O Brasil, uma das maiores economias do mundo, apresenta um paradoxo marcante: apesar de sua vasta riqueza natural e um PIB considerável, uma parcela significativa de sua população vive em condições de pobreza

Autor: Elenito Elias da Costa e Levy da CostaFonte: Do autor

"O educando e futuro profissional, tem a oportunidade de aprender com os BRICS PLUS, onde o tempo e os recursos estão se reduzindo, e precisamos agir, eis uma verdade incontestável."

Introdução

O Brasil, uma das maiores economias do mundo, apresenta um paradoxo marcante: apesar de sua vasta riqueza natural e um Produto Interno Bruto (PIB) considerável, uma parcela significativa de sua população vive em condições de pobreza e enfrenta profundas desigualdades sociais e econômicas. Este documento busca explorar as complexas razões por trás dessa disparidade, analisando fatores históricos, estruturais, econômicos e políticos que perpetuam essa realidade.

Dados Atuais: Riqueza Nacional e Pobreza no Brasil

O Brasil, apesar de ser a maior economia da América Latina e uma das maiores do mundo, exibe uma das maiores concentrações de renda. Dados recentes do IBGE e de outras instituições demonstram essa realidade. Em 2024, a renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira era significativamente menor do que a do 1% mais rico. O rendimento mensal do 1% mais rico chega a ser quase 40 vezes maior que o dos 40% com os menores rendimentos.

Embora tenha havido uma queda na pobreza e extrema pobreza em 2023, atingindo os menores índices desde 2012, a desigualdade de renda ainda é um desafio persistente. A linha de pobreza, segundo o Banco Mundial, é definida por um valor per capita por mês, e a extrema pobreza por um valor ainda menor.

Esses números ressaltam que, mesmo com um PIB elevado, a distribuição dessa riqueza é altamente concentrada, deixando uma grande parcela da população em situação de vulnerabilidade econômica. A renda per capita, embora em crescimento, não reflete a realidade da maioria da população devido à alta desigualdade.

Fatores Históricos e Estruturais da Desigualdade Brasileira

A desigualdade social no Brasil não é um fenômeno recente, mas sim um legado histórico profundamente enraizado em sua formação. Diversos fatores contribuíram para a construção e perpetuação dessa estrutura desigual:

Legado Colonial e Escravidão

O período colonial e, em particular, a escravidão, são apontados como as raízes mais profundas da desigualdade brasileira. A estrutura social imposta pela colonização portuguesa, baseada na exploração de recursos naturais e na mão de obra escrava, criou uma sociedade hierárquica e excludente. A terra e o poder concentravam-se nas mãos de poucos, enquanto a vasta maioria da população, composta por escravizados e povos indígenas, era desprovida de direitos e oportunidades. O Brasil foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão, e seu legado ainda se manifesta na desigualdade racial e social.

Concentração Fundiária

A concentração de terras é outro fator histórico crucial. Desde as capitanias hereditárias e as sesmarias, a posse da terra no Brasil sempre foi altamente concentrada. Essa estrutura fundiária, que se manteve ao longo dos séculos, resultou em um acesso desigual aos recursos e à produção agrícola, marginalizando pequenos produtores e trabalhadores rurais. A falta de uma reforma agrária efetiva contribuiu para a perpetuação dessa concentração e para a migração em massa para as cidades, muitas vezes sem infraestrutura adequada.

Educação e Oportunidades

A falta de acesso a uma educação de qualidade para todos é uma das principais causas da desigualdade social no Brasil. Historicamente, o sistema educacional brasileiro tem sido marcado por disparidades, com escolas públicas de baixa qualidade e acesso restrito para as camadas mais pobres da população. Isso cria um ciclo vicioso, onde a falta de educação de qualidade limita as oportunidades de emprego e ascensão social, perpetuando a pobreza entre gerações. A desigualdade educacional é um reflexo e um motor da desigualdade de renda.

Urbanização Desordenada e Favelização

A rápida e desordenada urbanização, especialmente a partir do século XX, levou à formação de grandes favelas e periferias nas cidades brasileiras. A falta de planejamento urbano e de políticas habitacionais adequadas resultou em milhões de pessoas vivendo em condições precárias, sem acesso a saneamento básico, moradia digna e serviços públicos essenciais. A favelização é um dos maiores exemplos visíveis da desigualdade social no Brasil.

Estrutura Social Piramidal

A sociedade brasileira é caracterizada por uma estrutura social piramidal, onde uma pequena elite detém a maior parte da riqueza e do poder, enquanto a base da pirâmide é composta por uma vasta população com baixos rendimentos e poucas oportunidades. Essa estrutura é reforçada por mecanismos que dificultam a mobilidade social, como a herança de privilégios e a dificuldade de acesso a bens e serviços de qualidade para a maioria.

Aspectos Econômicos e Políticos Contemporâneos

Além dos fatores históricos e estruturais, a desigualdade no Brasil é constantemente moldada por aspectos econômicos e políticos contemporâneos. A interação entre esses elementos cria um cenário complexo que dificulta a redução das disparidades sociais e econômicas.

Políticas Econômicas e Distribuição de Renda

As políticas econômicas adotadas ao longo das últimas décadas tiveram um impacto significativo na distribuição de renda. Embora algumas políticas tenham buscado a redistribuição, o Brasil ainda é marcado por altos níveis de desigualdade. A falta de investimento em áreas sociais e a priorização de políticas que beneficiam o capital em detrimento do trabalho contribuem para a concentração de riqueza. A reforma tributária, por exemplo, é um tema central no debate sobre a redução da desigualdade, pois o sistema atual é considerado regressivo, ou seja, quem tem menos renda paga proporcionalmente mais impostos do que quem ganha mais.

Corrupção e Desvio de Recursos

A corrupção é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento social e econômico do Brasil e um fator que agrava a desigualdade. O desvio de recursos públicos que deveriam ser destinados a áreas essenciais como saúde, educação, saneamento básico e infraestrutura, mina a capacidade do Estado de prover serviços de qualidade para a população. Isso afeta desproporcionalmente os mais pobres, que dependem desses serviços. A corrupção também mina a confiança nas instituições e no sistema político, dificultando a implementação de políticas eficazes de combate à desigualdade.

Sistema Tributário Regressivo

O sistema tributário brasileiro é amplamente criticado por sua regressividade. Isso significa que a carga tributária recai mais pesadamente sobre o consumo e a renda dos mais pobres, enquanto os mais ricos, muitas vezes, conseguem se beneficiar de isenções e brechas fiscais. Um estudo recente apontou que a carga tributária sobre os mais ricos no Brasil é menor do que a média mundial, e que os 10% mais pobres destinam uma porcentagem maior de sua renda a tributos do que os super-ricos. Essa estrutura tributária contribui diretamente para a manutenção e o aprofundamento da desigualdade de renda.

Acesso Desigual a Serviços Públicos

O acesso a serviços públicos de qualidade, como saúde, educação, transporte e saneamento básico, é fundamental para a redução da desigualdade. No entanto, no Brasil, esse acesso é altamente desigual. Populações em áreas periféricas e comunidades mais pobres frequentemente enfrentam a precariedade ou a ausência desses serviços. A falta de investimento e a má gestão dos recursos públicos resultam em um sistema que não consegue atender às necessidades de todos, perpetuando as disparidades sociais e econômicas. A desigualdade no acesso a serviços públicos afeta diretamente a qualidade de vida e as oportunidades de desenvolvimento humano, especialmente para as populações negras, que historicamente acessam serviços de baixa qualidade ou cobertura.

SISTEMA EDUCACIONAL PRECISA MUDAR E A POBREZA DIMINUIR

Esta é uma atitude extremamente relevante, pois o sistema educacional brasileiro pode se beneficiar enormemente ao estudar as estratégias de nações que, embora diferentes, compartilham desafios semelhantes e alcançaram progressos notáveis em áreas específicas.

Aqui está uma análise detalhada do que o educando brasileiro pode aprender com cada um desses países, baseada em fatos e dados concretos.

Visão Geral: A Lição Central de Cada País

China: Disciplina, Mérito e Investimento Maciço em Ciência e Tecnologia.

Índia: Inovação em TI, Soluções Escaláveis e Habilidades para o Mercado Global.

Rússia: Excelência em Formação Científica e Matemática de Alto Nível.

África do Sul: Resiliência, Educação para a Reconciliação e Governança Democrática.

Emirados Árabes Unidos: Visão de Futuro, Educação Internacionalizada e Adaptação à Economia do Conhecimento.

1. China: A Cultura do Esforço e da Excelência Técnica

Fatos Detalhados:

Sistema de Mérito (Gaokao): O exame nacional de admissão ao ensino superior (Gaokao) é um dos mais rigorosos do mundo. É um processo extremamente competitivo que, apesar de suas críticas, estabelece uma cultura de mérito onde o esforço do estudante é o principal caminho para o sucesso.

Investimento em STEM: A China forma anualmente mais engenheiros e cientistas do que qualquer outro país. O governo injeta bilhões de dólares em universidades de elite (como o Projeto 985/211) e em parques tecnológicos.

Planejamento de Longo Prazo: O desenvolvimento educacional está intrinsecamente ligado aos planos quinquenais do governo. A educação não é vista como uma despesa, mas como um investimento estratégico para o desenvolvimento nacional.

Disciplina e Rigor: A cultura educacional valoriza a disciplina, a memorização (como ferramenta de base) e a resiliência para resolver problemas complexos.

O que o educando brasileiro precisa aprender:

* A importância do *esforço consistente* e da *disciplina* nos estudos.

* Como o domínio de *ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)* é crucial para a soberania e o desenvolvimento econômico de um país.

* A valorização do *conhecimento técnico* e da *excelência* acadêmica como um valor social.

2. Índia: Inovação e Habilidade para um Mundo Globalizado

Fatos Detalhados:

Institutos de Tecnologia de Classe Mundial: O Instituto Indiano de Tecnologia (IIT) é uma marca global. O processo seletivo é ultra-competitivo e produz alguns dos melhores engenheiros e CEOs do mundo (ex.: Sundar Pichai - Google, Satya Nadella - Microsoft).

Soluções Escaláveis e de Baixo Custo: A Índia é mestre em criar soluções educacionais e tecnológicas que funcionam em grande escala e com custo acessível, um desafio similar ao brasileiro.

Dominância em Serviços Globais de TI: A educação indiana focou em habilidades demandadas pelo mercado global, especialmente em tecnologia da informação, tornando o país a "capital mundial do outsourcing".

Língua Inglesa: O uso do inglês como língua de instrução em muitas instituições de elite dá aos graduados indianos uma vantagem imediata no mercado global.

O que o educando brasileiro precisa aprender:

A capacidade de *inovar sob restrições* (criatividade para resolver problemas com recursos limitados).

A importância de dominar *pelo menos uma língua estrangeira* (especialmente o inglês) para se conectar com oportunidades globais.

Como focar em *habilidades práticas e de alta demanda* no mercado de trabalho pode gerar desenvolvimento individual e coletivo.

3. Rússia: A Solidez da Base Científico-Matemática

Fatos Detalhados:

Tradição em Olimpíadas Científicas: A Rússia (e a ex-União Soviética) tem uma tradição histórica de excelência em competições internacionais de matemática, física, química e informática. O país investe pesadamente na identificação e fartura de talentos desde cedo.

Educação Pública Forte e Gratuita: O sistema educacional, especialmente em ciências exatas, é profundamente rigoroso e baseado em uma sólida fundamentação teórica.

Formação de Especialistas: As universidades técnicas russas, como a MIPT (Instituto de Física e Tecnologia de Moscou), são conhecidas por formar especialistas de altíssimo nível, particularmente em áreas aeroespaciais, nucleares e de ciências puras.

O que o educando brasileiro precisa aprender:

O valor de uma base extremamente sólida em matemática e ciências como alicerce para qualquer avanço tecnológico.

A importância de *desafiar os alunos mais talentosos* com programas especiais e competições, elevando o patamar de excelência de todo o sistema.

Que o *rigor teórico* e a *aplicação prática* devem andar juntos.

4. África do Sul: Educação para a Cidadania e Superação de Traumas

Fatos Detalhados:

Curriculum com Foco em Reconciliação: Pós-apartheid, a África do Sul reformulou seu curriculum para promover os valores dos Direitos Humanos, equidade, não-racismo e reconciliação nacional. A disciplina "História" é crucial para entender o passado e não repeti-lo.

Fortalecimento das Instituições Democráticas: A educação é voltada para fortalecer a democracia jovem do país, ensinando sobre a Constituição, o estado de direito e a participação cidadã.

Resiliência e Inclusão: O sistema enfrenta enormes desafios de desigualdade, mas há um esforço contínuo para tornar a educação mais inclusiva e representativa de sua diversidade populacional.

O que o educando brasileiro precisa aprender:

Como a educação pode ser uma *ferramenta poderosa para combater a discriminação, o preconceito e a desigualdade social*.

A importância de uma *educação que valorize a diversidade* e a história de todos os grupos que formam a nação.

O papel da escola na *formação de cidadãos conscientes* de seus direitos e deveres em uma democracia.

5. Emirados Árabes Unidos: Visão de Futuro e Educação Internacionalizada

Fatos Detalhados:

Planejamento Estratégico (Visão 2071): Os EAU têm um plano claro de longo prazo para transformar o país em um centro global de inovação. A educação é o pilar central dessa visão.

Atração de Universidades Estrangeiras de Elite: O país criou "zonas de educação livre" (como Dubai Knowledge Park e Abu Dhabi's Global Market) onde campi de universidades como a Sorbonne, NYU, e MIT foram estabelecidos. Isso oferece educação de padrão internacional localmente.

Foco em Economia do Conhecimento:* Compreendendo a finitude do petróleo, os EAU investem maciçamente em educar sua população para setores como IA, energias renováveis, aviação, turismo de luxo e serviços financeiros.

Bilinguismo e Multiculturalismo: O sistema incentiva o bilinguismo (Árabe/Inglês) e prepara os alunos para operar em um ambiente empresarial e cultural global.

O que o educando brasileiro precisa aprender:

A importância de ter uma *visão de futuro clara* e alinhar a educação a ela.

Como a *internacionalização* (atraindo instituições estrangeiras, promovendo intercâmbios) pode elevar rapidamente a qualidade e o prestígio de um sistema educacional.

A necessidade de se *adaptar rapidamente* às novas demandas da economia global, focando em *habilidades do século XXI* como criatividade, pensamento crítico e inteligência cultural.

Conclusão Sintetizada para o Educando Brasileiro:

O aluno brasileiro deve entender que não existe um modelo único de sucesso. A lição agregada desses cinco países é a de que a *educação deve ser tratada como uma prioridade estratégica nacional, com investimento pesado, planejamento de longo prazo e um forte alinhamento com os objetivos de desenvolvimento do país. *

O Brasil pode se inspirar:

Na disciplina e mérito da China.

Na capacidade de inovação e globalização da Índia.

No rigor científico da Rússia.

No compromisso com a cidadania e justiça social da África do Sul.

E na visão de futuro e adaptabilidade dos Emirados Árabes Unidos.

Aprendendo com os acertos (e também com os erros) dessas nações, o Brasil pode construir um caminho próprio e eficaz para uma educação que realmente transforme o seu futuro.

Conclusão

O educando e futuro profissional precisar ter em mente que a mudança e transformação deve reduzir as desigualdades e agravos sociais, a começar nos investimentos e ações no sistema de educação, pois essa equação de RIQUEZA/POBREZA, tem solução, mas se faz necessário adotarmos ações e atitudes que possam solucionar essa equação.

É plenamente possível, mas precisamos de postura proativa e buscar um cenário futuro promissor, diante dos avanços e da nossa participação nos BRICS PLUS, a exemplo de nossos parceiros.

O RISCO faz parte da nossa sina, onde devemos equacionar os fatores positivos e negativos, e devemos aplicar uma sincronia racional, para executar essa mudança, mesmo que afete o atual SISTEMA em que vivemos, pois a pressão social assim exige.

O paradoxo da riqueza do Brasil coexistindo com a pobreza de grande parte de sua população é um fenômeno complexo, multifacetado e profundamente enraizado em sua história e estrutura social. A análise demonstra que a desigualdade não é um mero subproduto do desenvolvimento, mas sim uma característica intrínseca da formação do país, moldada por um legado colonial e escravocrata que concentrou poder, terra e riqueza nas mãos de poucos.

Fatores históricos como a concentração fundiária e a urbanização desordenada, somados a aspectos contemporâneos como um sistema tributário regressivo, a corrupção endêmica e o acesso desigual a serviços públicos de qualidade, perpetuam um ciclo vicioso de exclusão e privação. A riqueza do Brasil, embora vasta, não é distribuída de forma equitativa, resultando em uma sociedade com profundas disparidades sociais e econômicas.

Para reverter esse quadro, são necessárias políticas públicas abrangentes e de longo prazo que abordem as raízes históricas da desigualdade, promovam a inclusão social e econômica, garantam o acesso universal a serviços essenciais e estabeleçam um sistema tributário mais justo e progressivo. A luta contra a corrupção e o fortalecimento das instituições democráticas também são cruciais para construir um Brasil mais equitativo e próspero para todos os seus cidadãos.